sábado, 26 de maio de 2012

Quem se define se limita, o cacete.


Oi, meu nome é Nícolas.
Eu tenho 20 anos, quase 21. Mas os últimos meses pareceram 10 anos.
Eu moro em goiânia e, surpreendentemente, eu gosto muito daqui. Digo surpreendentemente porque muita gente não gosta, mas eu acho um ótimo lugar pra se viver. Eu gosto tanto de goiânia que mal espero sair logo daqui e morrer de saudades.
Apesar de goiânia ser legal, várias coisas aqui atrapalham. Principalmente a mentalidade, as prioridades das pessoas por aqui.
Eu não tenho muitos planos, muito menos "prioridades" que pareçam muito geniais. Eu não me acho genial, mas também não me acho normal.
Quando eu era mais novo eu percebi que se fosse normal, ou pelo menos agisse assim, tudo seria mais fácil.
Pessoas normais não pensam sobre prioridades, pessoas normais não ficam decepcionadas consigo mesmas (mas sempre ficam decepcionadas com alguém, que deve ter errado), pessoas normais nem gastam tempo escrevendo coisas como essa. Pessoas normais pensam em crescer, reproduzir e morrer, com algumas coisas a mais no meio, mas que não valhem a pena dar atenção.
Mas de tentativa e erro, eu vi que não há como fugir do que você é. E eu não sou normal.
Eu não tenho planos de ganhar muito dinheiro. Na verdade, eu tenho planos de ganhar dinheiro sim, mas a minha definição de muito dinheiro deve ser diferente da sua. Muito dinheiro é dinheiro que fica guardado. Se você tem capacidade de guardar dinheiro pelo simples prazer de guardar, você tem muito. Pessoas normais guardam muito, não só dinheiro, mas tudo. E guardando, se perde. A imprevisibilidade pode ser boa.

Eu não quero ter uma casa toda cercada de seguranças. Eu não quero ter o carro do ano, apesar de gostar muito de carros (uma máquina magnifíca, mas deveriam saber que ela só serve pra te levar de um lugar pro outro, ela não te define). Eu não quero ter um "legado", não quero ter um busto meu em praça pública, um troféu na estante. Não preciso dessa masturbação mental de me achar bom por um diploma, por uma homenagem. Quem possui tudo isso morre, e quando morre vai pro mesmo buraco que quem não tem. Acredito que o que vale é o que você faz por aqui, por você.
Eu quero viajar o mundo, viajar pelas pessoas, viajar pela minha cabeça. Eu quero ter uma família, grande, quentinha e macia. Eu quero contar histórias pra eles. Eu me defino como uma pessoa que, de tão apaixonada por histórias, é um contador de histórias.

Eu quero apreciar arte, fazer arte, falar arte, viver arte. Quero que a arte faça tão parte da minha vida que um dia eu possa sentar numa mesa e definir pra alguém o que é arte. Não sei, e nem tenho a pretensão de pensar sobre isso, acho perca de tempo. Eu gosto de cinema, eu gosto de quadrinhos, eu gosto de livros, eu gosto de televisão, eu gosto de pintura, eu gosto de vandalismo, eu gosto de descontrução da realidade, eu gosto de música, eu gosto de psicodelia, eu gosto de ver o sol nascer, eu gosto das cores da natureza e gosto da sensação de velocidade da cidade, gosto dos traços característicos das pessoas, das diferenças de cores, de cheiros, de tons de voz. Eu acho tudo isso arte, e muito mais.
Eu penso, e penso, e penso novamente. E isso não é uma coisa boa. Porque cada vez que eu penso eu descubro que tudo parece tão acaso, a vida parece tão volútil, efêmero e isso tira dos meus pés as únicas coisas que eu acredito que são verdade.
Eu acredito em amizade, eu acredito em fidelidade, eu acredito em amor, eu acredito em Deus. Sim, eu sou um daqueles babacas, eu sou um sonhador.
Alias, já me chamaram de tanta coisa que eu não sou que hoje em dia eu sinto vontade de definir o que eu sou realmente, pra ver se fica menos nublado na minha cabeça.

Me chamam muito de pessimista ultimamente. Não sou pessimista, eu simplesmente não acredito nessa baboseira de "força do pensamento", "se você se esforçar muito, você consegue". Acredito na limitação do ser humano, que de tão pequeno e de tão frágil, pode transformar toda a sua mesquinhez em grandes coisas. Não que você deva desistir das coisas, mas acreditar que você é capaz de tudo é se enganar. É melhor dizer: "eu posso não ser capaz de tudo, mas vou viver minha vida pra descobrir o que eu sou e fazer o melhor disso". É mais sincero, na minha opinião.
Por falar em opinião, as vezes as pessoas me chamam de intransigente, dizem que eu não aceito as diferenças de pensamento. Eu não acho que concordar com você seja aceitar a sua forma de pensamento, não. Eu discordo, quase sempre, de quase tudo. Eu tenho um temperamento explosivo, sim. Mas eu não sou mal educado. Na maioria das vezes eu fico calado, no meu lugar. Palavras valem demais, machucam demais. Quem disse que elas são bonitas é um mentiroso. Palavras são ariscas, descontroladas. Por isso, eu falo das pessoas, eu trato as pessoas como eu gostaria de ser tratado, e raramente você vai me ver explodindo com alguém. E se acontecer, pode colocar a sua mão no fogo, essa pessoa fez algo que me ofendeu seriamente.
Eu me ofendo muito fácil, isso deve ser o meu maior defeito. Acho que por pensar tanto, eu penso demais nas coisas que não deveria, dou amplitude a cada momento, e alguns momentos são feitos pra serem escondidos, não ampliados. Várias vezes na vida eu já me vi decepcionado com coisas pequenas. Mas nada dura demais. Já me chamaram de sentimental, e eu acreditei. Mas hoje eu vejo que eu não sou realmente sentimental. Eu simplesmente vivo, de um modo intenso, profundo, talvez suicida e sem olhar pra trás. Eu tento viver cada segundo como se fosse o último, apesar de me atentar pra que minhas ações não "ecoem demais". Nínguem é obrigado a corrigir meus erros, eu guardo eles pra mim. Gente sentimental geralmente quer jogar suas aflições ao vento, se abrir, espalhar seus sentimentos. Eu não, eu os guardo pra mim quase sempre. Se você me ver "me abrindo" pra alguem, saiba que é raro. Nem tudo que se passa pela minha cabeça tem valor pra que seja falado pra alguém.

Eu não me acho uma pessoa que possui um valor intrinseco grande, uma pessoa que escreve, aja, fale, seja genial de alguma forma. Na maioria do tempo eu me acho mediocre, limitado e meio bobo. Eu me acho diferente, com uma personalidade única, marcante até, mas isso não quer dizer que eu seja mais do que sou, nem menos. Eu sou o que vocês estão vendo, eu dou a máxima transparência possível nas coisas que faço. Se escondo algo é porque eu não quero ver nínguem se ferindo.
A minha parte sonhadora acredita num mundo melhor, mais justo, onde o que se é valha mais do que toda a fumaça, a neblina, o engano que se mostra todos os dias na minha frente. Eu acredito em sinceridade, em verdade, em compaixão, em empatia. Onde nínguem se acha melhor que o outro. Não gosto de gente que fala muito de si, muito menos de gente que diminui os outros pra ser melhor. Gente que tem como lazer falar mal dos outros, eu passo longe.
Já me chamaram de deprimido, de timido, triste. Acho que passaram longe. Sou feliz do meu modo, com meus dilemas, crises e quedas, que na sua maioria acontecem na minha cabeça, nínguem nem vê. Não conseguiria apontar nínguem no mundo que é mais feliz do que eu, simplesmente porque não é uma coisa quantitativa. Acho absurdo essas escalas que as pessoas usam, e o modo. Isso torna tudo tão simétrico,quando não o é. Isso excluem pessoas meio "azuis". Acho que me definiria assim, sou meio blue.
Acho que de todo o esforço de me definir, poderia surgir páginas e páginas. Não porque é muita coisa, não que o que eu sou seja extenso, mas posso te dizer que é profundo, tão profundo que nem mesmo eu sei o que vai surgir na próxima esquina desse trajeto mental todo. Posso te dizer que independente do que seja, eu sou mais do que sonhei ser. E isso é uma esperança enorme, já que o amanhã pode me mostrar ainda mais.

domingo, 6 de maio de 2012

Speed of Sound

"They broke my heart, I broke all the laws.
They put a hole in my chest, now I put holes in the sky.
Lot of regrets, no expectations at all.
Missing, but not lost yet.

They try to live, I already died in the stairs.
Reborn.
Just me, shining dreams and a golden heart, but not a single fuck to give.
Believe, I'm not going to give you a chance to let me down.

I was born in a thunderstorm, I'm not afraid of the lightnings.
I'll keep losing, I'll keep winning, I'll keep not giving up of the beloved ones.
Don't stay so close, don't hold me back, don't try to keep up, I'm on the speed of sound."





Ao som de White Denim.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

ontem, hoje, e sempre.


hoje eu lembrei de você. e digo hoje como um modo de expressão.
"hoje" serve pra ontem, pra antes de ontem, pra meses atrás. e eu sei que provavelmente "hoje" vai servir pra amanhã e depois.
eu não sei que tipo de maluquice isso é, mas só sei que não é uma daquelas que passa pela cabeça e logo vai embora.
é daquelas boas, que deixa a gente pensando em como é bom viver, uma coisa meio mágica.
"que bom é ser fotografado pela retina desses olhos lindos. me deixe hipnotizado pra acabar de vez com essa disritmia"

acredite, te dizer de novo que quero essa sua paz pra mim, é tão bom.
e relembrar o que passou me faz bem.
como um vento forte você passou por aqui. e se destruiu algo foi só meu medo de dizer novamente pra alguém, de dizer pra você, o valor especial que tem na minha vida. já faz diferença.
"e de relance eu te vi (...)
e num sorriso eu me deixei levar, e num sorriso eu te carrego na minha memória."

sei que nem todos os dias podem ser "dias de algodão doce".
mas nada pode tirar de mim aqueles dias. sonho que nada possa tirar você de mim.
não consigo simplesmente renunciar a tudo aquilo, eu ainda quero fazer aquele catálogo.
"quero catalogar cada sorriso, cada mimo, quero catalogar cada trejeito seu.
porque tudo isso é muito lindo. você é linda."

ainda espero que meu coração valha algo, que meus sonhos valham algo.
que valha cada fagulha que eu sinto, espero que todo o sentimento, mesmo tão conflitante, ainda valha.
porque é difícil lidar com tudo isso, acredite.
e digo que não me deixo abater, porque sei que basta um sorriso para que todos os momentos de solidão se transformem em "alto astral".
ainda vale a pena, porque tanto as palavras do passado quanto as do presente, e as futuro que eu sei virão, ainda "me fazem feliz hoje".
tudo que eu mais quero é que "de relance, e de lance, e de cada ângulo, e em cada momento, e com cada sorriso, eu quero te ver."
"e dou risada do grande amor: mentira (?)"

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ócio

Depois de um tempo sem colocar nada por aqui, vi algo num do blogs que eu mais gosto, que costumo ler com frequência, o Liberal Libertino Libertário, e achei legal a ideia. Acho que vou tomar um pouco disso pra minha vida. Lê ai:


"Nunca deixa de me abismar como as pessoas simplesmente não têm tempo para si mesmas – por escolha própria. Trabalham 15 horas por dia pra ganhar R$5.000 por mês e gastam cada vez mais e trabalham cada vez mais, e a roda nunca pára de girar. A possibilidade de trabalhar a metade do tempo pra ganhar a metade do dinheiro, de encaixar seu padrão de consumo em R$2.500, de ter meio dia pra si, para seu crescimento pessoal, para seu ócio criativo, nem que apenas pra ficar quatro horas por dia na praia, isso nunca passa pela cabeça da maioria das pessoas.


E me lembro dos portugueses recém-chegados ao Brasil que observavam os índios de uma tribo saindo juntos para derrubar 20 árvores. Passavam o dia nesse serviço, voltavam para aldeia com as árvores e ficavam uma semana em suas redes, coçando o saco, até que a aldeia precisasse de árvores de novo. E os portugueses, fazendo contas, desesperados com tanto desperdício de produção: mas se os homens da aldeia derrubam 20 árvores em um dia, quer dizer que em uma semana derrubariam 140, em um mês, 560 e.... Interrompe o índio: mas o que é que nós vamos fazer com 560 árvores? A tribo só precisa de 20. A gente vai, arranja as 20, e fica o resto do tempo descansando...


O pior: por centenas de anos, essa anedota foi contada em livros de histórias e viagens como exemplo da burrice e indolência dos índios e não, como deveria ser, do seu gênio.


 Odeio trabalhar. Trabalhar desenobrece. Trabalho não é virtude. Trabalho não é intrinsecamente bom. Trabalho é uma maldição. Trabalho é algo que eu faço o mínimo possível, só pra pagar as contas mais urgentes e olhe lá. A cada trabalho de consultoria que eu pego, eu só me pergunto o seguinte: quantas horas de ócio isso vai me comprar?."

As vezes a nossa preocupação parece tanto ser produzir, produzir, produzir, que colocamos a vida no piloto automático e esquecemos do porquê fazer as coisas, do propósito de uma vida tão corrida. A vida não comporta tanta pressa, tanto esforço que não vai gerar resultados, ou pelo menos resultados úteis, que torne o nosso dia a dia melhor. Era pra ser leve e prazeroso, equilibrado entre fazer e não fazer nada.
Hoje me surpreende como as pessoas fazem plano pra tudo, até pras férias, estão sempre prudentes e precavidas, não deixam margem nenhuma pra algo dar errado. Algo dar errado não é um desastre, as vezes é preciso despreocupar um pouco. Temos que saber aproveitar o ócio, deixa a mente descansar e não cair na falácia de que devemos levar a vida em linha reta, sem olharmos pros lados, sem nos preocuparmos com coisas que parece que não possuem tanta importância, mas no longo prazo é o que nos faz meditar, pensar, planejar o futuro e seguirmos um caminho, que pode ser lento, mas é mais seguro.