terça-feira, 14 de maio de 2013

Não Confie

http://www.youtube.com/watch?v=koWSYH5A2Xo


Não confie em ninguém com mais de 30 anos,
e muito menos em quem tem 20 e pensa como se tivesse 40.
Não confie em ninguém que sempre sai de casa com hora e dia certo pra voltar.
Não confiem em quem não tem plano de, desde já, se aposentar.

Não confie em ninguém que se orgulhe de ter um carro em pleno 2013.
Não confiem em quem viaja com a CVC. Muito menos se for pra Disney.
Não confie em quem compra roupas com preços de 3 dígitos pra cima.
Nem confiem em quem quer te convencer a tomar herbalife. Ou "investir" no telexfree.

Não confie em ninguém que nunca fala mal de si mesmo.
E muito menos em quem fala mal dos outros. Amanhã é sua vez de ser o assunto.
Não confie em quem não tem planos pro futuro, mas também em quem tem planos demais.
No mais, vale a pena, faz bem, confie :)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Eu tô bem, juro.


"Tenho ouvido muitos discos, conversado com pessoas,
caminhado o meu caminho, papo, som, dentro da noite.
E não há um amigo sequer que acredite nisso: tudo muda! E com toda a razão."

Faz muito sentido tudo, todo mundo, mudar, e eu só agradeço.
Não cabe a mim questionar as mudanças. Só cabe a mim observar, lidar com elas, e agradecer.
Agradeço todos os dias pela dádiva de poder estar aqui mais um dia e, mais ainda, cercado de gente interessante.
E não me passa pela cabeça fugir de algo, muito menos de mim. Acredite, eu tô bem.
Aprendendo a ver o mundo de todos os ângulos que ele me proporciona enxergar,
vivendo intensamente todos os momentos, sem nenhum tipo de arrependimento.

Aprendi a meu curtir, a não ter dúvidas do que eu sou,
aprendi os caminhos que eu tenho que escolher pra mim e os que eu nunca mais vou trilhar.
Não deixo mais "a vida me levar" pra lugar nenhum, eu que tenho o controle sobre mim.
Aprendi que a minha vida é viajar, é nisso que eu tenho mais vontade e prazer, mas é preciso aprender a voltar.
Aprendi que já tenho em mim, desde sempre, todas as qualidades que eu preciso pra vencer.
Não que seja qualidades brilhantes ou que sejam qualidades inúteis, mas são as minhas e eu tenho que lutar com elas.

Hoje vivo sem o maniqueísmo de certo ou errado, mas acredito que se deve balancear as causas e as consequências.
Conheci gente totalmente diferente de mim, e isso me fez mais seguro de falar o que sou, o que sou além de profissão, de religião, de ideologia, de "papel na sociedade". Falar dos meus planos, dos meus sonhos, dos meus erros.
E se parece que tudo o que eu fiz foi piorar, acho que o problema está nos olhos de quem vê.
Todo o conhecimento que tenho hoje, julgem se bom ou ruim, veio das minhas cicatrizes, veio das minhas quedas.
E aprendo a cada dia mais a deixar isso transparente.
Afinal, esconder as partes mais erradas de mim não me torna bom, apenas escondido.

Só espero ser grato. De resto, não quero ser arrogante o bastante pra negligenciar quem sempre esteve do meu lado.
Momentos bons e momentos ruins sempre acontecem, o problema nunca foi esse. Acho que o maior problema é quando nos momentos ruins tudo o que você encontra é indiferença.
É fácil contar vantagem quando o que se tem brilha, os outros elogiam, as pessoas vibram. Mas eu acho que o que separa os vencedores dos perdedores é dar valor no que se tem, quando brilha ou não. Pra mim valem o mesmo tanto. Espero dar valor a vocês sempre.

sábado, 4 de maio de 2013

Malandro


Chega sexta-feira, tira a roupa do trabalho, coloca a calça e a camisa branca, o chapéu panamá e o sapato bicolor. Não esquece a medalha de São Jorge. Benze-se e protege-se.
Vai no boteco da esquina e pede um copo daquela, a de sempre. Amigos na mesa do lado, em todas as mesas do bar, mais um trago.
A noite é longa, mais uma carteira, por favor. Onde vai terminar ? Acabou de começar, nem precisa trazer a saideira.
Anda como quem tem, de natural, a cadência certa. Não atropela a batida do cavaco.

Tem um sorriso enorme, desses que abrem qualquer coração como se fosse um abridor de lata.
Alto, pele negra como a noite no meio do mato, olhos como duas estrelas faiscando a felicidade sincera que sente.
Usa o corpo como ferramenta. Sem obsessão o deixa preparado para o que vier pela frente. Mas não nega que o chopp deixou uma marquinha aqui e ali.
Não foge de briga, gosta de confusão. Protege até o amigo que fez há 10 minutos, navalha e voadeira de capoeira.
Batuca na mesa, canta e desafina, arrisca uma música no violão, erra. Nunca se vangloria, sabe que a sua humildade é sua principal qualidade. Isso e o mistério dos olhos.

Na roda de samba dança devagar, miúdo  pra não se gastar. Não gosta de dançar no meio, acha coisa de moleque. Dança onde a morena bonita, que já fitou, pode ver.
Não fala muito, mas também não fala pouco, é o necessário.
Não mente. Não só porque é errado, mas porque não precisa. Se abre.
Tem atitude, mas paquera como um cavalheiro. No que um homem pode confiar além da sua postura ?
Se senta, come, fala e age como um príncipe,  e age mesmo como é. Bisavô, tataravô, eu não sei, mas todos sabem - mesmo sem ter certeza - que eles veem de uma linhagem de reis lá na distante África. Vestiam diamante, ouro e marfim, mas no Brasil vestiram o ferro dos grilhões. Mas sem rancor, sabe-se o preço que tem um coração nobre.
Nunca foi do fino trato, sempre volta pra casa um trapo, um vira-lata. Vê mais o nascer do sol do que deveria.
Pro malandro a sexta só termina no domingo a noite.

É malandro, mas não de carteirinha. Nega o título, se diz mais um, só um trabalhador. Faz bem.
Mas todo mundo sabe que no coração bate uma bateria de escola de samba, e na cabeça só tem espaço pra pensar: quando vai ser sexta de novo ?
Não vê a hora de abrir a alma pra mais sucesso.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Cacos


"E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola".
Por você eu venderia a minha televisão de 42 polegadas, mesmo que eu ainda deva 3 meses pra Casas Bahia.
Abandonaria minha cama e meu cobertor, dormiria debaixo de uma marquise numa esquina de uma cracolândia qualquer, mas só se for com você do lado pedindo esmola.

Não se faz amor de verdade quando não se abre mão.
Mão da sanidade, de tempo, de um pouco de si mesmo, da mais arreigada convicção.
O amor não se faz com duas pessoas inteiras, mas com cacos de dois, numa cola que resiste a qualquer "não".
Só assim parece real, não é só vaidade, não é em vão.

Por você cancelaria aquela viagem de fim de ano. Venderia meu corpo, ou alugaria.
Gastaria, se necessário, todas as poupanças. Gastaria contigo todas as minhas energias, até o fim.
Trabalharia em um cubículo de escritório por 8 horas seguidas, de segunda a sexta, e nem sequer me mataria. Que absurdo!
Esqueceria alguns dos meus ideais, mudaria alguns planos, escolheria você ao invés de mim.