segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Terra Brasilis


*Em homenagem ao grande amigo Milton, por me incentivar a rimar.

Algum dia teria que surgir,
um Baden, um Toquinho,
um Pixinguinha, um Jair.

Do morro, sem grana, sem escola
Teria que vir um Bezerra, um Martinho,
um Mussum, um Cartola.

Som vindo direto do apartamento de Nara Leão,
que inundou o Brasil e brasileiros inteiros, do Sul ao Norte
do Rio à Recife, com Science e sua Nação.

Música do peito efervescente dos Mutantes e de sua psicodelia
Que retrata o rosto do povo brasileiro,
Que ainda tem todos os dias a força de caetanear cantando alegria, alegria.

Cultura com João Gilberto exportada,
e, como uma herança, com Bebel, preservada.
Nas mãos de Sérgio Mendes mais do que celebrada.

Antropafageando, Gil conseguiu colocar no mapa do mundo o sertão
Somando forças com Valença, Fagner e Zé Ramalho
E, obviamente, nosso Gonzaga, rei do baião.

Das loucuras de um Zé, se tirou o Tom
Da revolução de Amarante, Camelo, Medina e Barba, descobrimos que de bandas, forma-se irmãos
Da genialidade de um Ney Matogrosso, aprendemos que rebolar pode ser um dom

Ao som de Clara Nunes, quantos de nós já sambamos ?
Aproveitamos a paz de se ouvir um Djavan, rimos com a Saudosa Maloca de Adoniran
Viajamos pela nossa cultura e pelo mundo ao som dos Novos Baianos

Já choramos com Milton Nascimento,
já protestamos com Vandré e Belchior
Exilados com Chico, de olhados embotados de lágrimas e cimento.

Não só de samba vivemos, o Brasil não é só de tamborim e violão
Ode ao Aborto Elétrico na cidade de concreto feita pelo Niemeyer
Felicidade em lembrar de Cazuza e seu Barão.

Encerro com homenagens ao Jobim, o nosso maestro-mor
À força da voz ainda viva de Elis
Sem me esquecer de aplaudir Ben Jor.