sábado, 28 de julho de 2012

Vivendo em risco.

Qual seria melhor: morrer fazendo o que se gosta ou viver numa zona de conforto por toda a vida ?
Até onde vai a paixao pela vida o bastante para poder arriscá-la ?
Digo que quem muito se guarda acaba se perdendo.
Na maioria das vezes, a necessidade primordial é de conhecer o mundo, as pessoas, os valores.

Por falar nisso, qual é o valor de uma vida ?
Ela vale o mesmo tanto aqui na Bolìvia, nos EUA, no Brasil, na Dinamarca ? Acredito fielmente que nao.
Me entristece pensar que poderia ser eu e tambem me dá o alívio de estar vivo pra escrever isso.
Me entristece ver como é corriqueira e até mesmo tratada de forma banal a morte por aqui.
Mas também me dá a necessidade de viver ao máximo.
Porque eu tenho certeza que elas morreram vendo o mundo de um lugar e de um modo único, e que vale a pena se arriscar a viver.

*Em homenagem às 3 bravas garotas (nacionalidade desconhecida) que se acidentaram e morreram no deserto de Siloil em Uyuni/Bolivia no dia 26/07/12. Parabéns pela coragem de nao se acomodarem.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Machu Picchu

Uma cidade em uma montanha, toda esculpida
Cercada de um abismo, com um rio caudaloso ao fundo
Protegida e abençoada por altissimas montanhas
De tudo que eu achava que era, na hora é toneladas de emoçao a mais, de experiencias, de esforço, paciencia.
Nao acredito que seja uma cidade perdida.
É uma cidade feita pra se achar.


Nao sei se foi o caminho ate aqui, marcado por fogo e ferro, pedra e gelo, floresta e vento, caminho duro e sofrido, talvez tudo isso seja sensaçao de merecimento.
Ou se foi o dia de hoje, persistencia que fez com que, como o veu de uma noiva, o dia tirasse as nuvens da cidade, descobrindo-a para mim. Somente para mim.
Talvez seja os ja grandes dias de solidao que me deram uma proteçao para as milhares de nacionalidades, etnias, rostos e linguas diferentes.
Mas hoje olho pra essa cidade, desse topo, e consigo ver cada degrau, cada janela, cada porta e parede. E imagino os sonhos que existiam por aqui.

O que mais queria agora era saber o que se pensava sobre esse colosso.
Qual era a ambiçao de cada construtor, de cada governante,
Como agia as crianças, se pulavam ou nao dos terraços, se brincavam nas escadas, se corriam pela praça central.
Como era o dia a dia de um povo que adorava o sol, a lua, o vento, a agua, as estrelas, as montanhas. De um povo que vivia em comunhao total com a natureza e a via como parceira e igual.
So me falta os detalhes, ja que o primordial eu ja sei. Me encontrei numa faceta que nunca tinha achado antes, me tornei um homem diferente e o marco foi hoje. Senti realmente uma energia diferente quando aqui pisei. É magico e pronto.



Wild Rover Hostel, Cuzco, 17/07/12 - 1:57, tentando digitar no escuro.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Liberdade

Fazer uma vida onde todos os dias sejam sexta-feira.
Construir a utopia de poder ver o sol nascer e se pôr todos os dias.
Sem pressa, com dedicação.
Com a transpiração de trabalho árduo e a inspiração da liberdade de mente.

Sinto a leveza de ter um corpo livre, totalmente meu, sem hipocrisias, sem limites.
Libertação das amarras de ter uma vida planejada, gostar de viver ao sabor do vento.
Sinto cada gosto como se fosse o melhor de todos, cada dia como se fosse o último, como se fosse realmente único.

Sonho em me preocupar mais com o essencial do que com números, contas, com hipocondria.
Me preocupar com o meu crescimento como ser humano e não com a possível interpretação que as pessoas dão pra meus atos e palavras.
Há de ser alguém melhor.

Tempo

Perde-se dinheiro, perde-se a vida, perde-se aquela correntinha de ouro que a tua vó te deu.
Mas me intriga como alguns ainda falam que se perde tempo.
O tempo pra mim parece tão cíclico, e ao mesmo tempo tão infinito, que o fim é mera especulação, e se acontecer é puro acaso, um segundo ou outro de azar.

Tempo é tão positivo que parece que só cresce, só amadurece, só se aprende, ganha-se a cada dia um grama a mais de sabedoria.
De alguma forma o tempo passando rejuvenesce.