segunda-feira, 14 de outubro de 2013

do poeta pobre

escrevo por um pedaço de pão.
por um copo de cerveja no final de semana pra aliviar a dor,
por um punhado de fumo pra ir me matando aos poucos.
já penso em fazer um letreiro e pendurar por aí: "vende-se poesia ou troca-se por bicicleta".

escrevo só pra ter um teto, de lona, papelão, uma televisão de tubo, uma cama e pronto, tá ótimo.
não escrevo pro leitor.
o leitor não anda merecendo ultimamente.

não sou o paulo coelho, livro nenhum meu vai estar na seção de mais vendidos.
talvez nem em livraria apareça. nem em sebo. banca de jornal.
nem em cordel de quermesse. nem mesmo em banca de camelô.

não me importo com a crítica, faço é me envergonhar com aplausos.
eu gosto mesmo é de jogar pra fora tudo o que sinto e saber que ainda tem gente que não me acha tão maluco assim.
sou poeta pra morrer pobre,
nasci pra escrever, não nasci pra ser patrão.

Um comentário:

  1. "Eu nao escrevo pra ninguém e nem pra fazer música.. e nem pra preencher o branco dessas páginas lindas, eu me entendo escrevendo..."

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